quarta-feira, 20 de abril de 2011

Efeito


Optei por percorrer esta enorme ferrovia que leva a um não sem fim de trilhos, onde os mesmos são traçados corretamente, sem desvios, tendo apenas os necessários. Pacientemente esperei a hora certa de pular de trilho, mas fui traída por um calo que estava oculto na parte inferior do meu pé, me fazendo fraquejar e fugir da linha. Uma dor incômoda invadiu as minhas entranhas e meu coração de tanto gritar acabou perfurando uma pequena cavidade, que ecoou para todos os sentidos palavras desconcertadas e - liberando o ar que insistentemente quis sair, senti uma sensação de alívio. O calo secou e achei o trilho certo. Certo, no entanto, errado. No mesmo tempo que eu andava na linha, percorri a ferrovia querendo pisar nos dois trilhos ao mesmo tempo, mas, era em vão, minhas pernas eram frágeis e curtas e me impossibilitavam de ir além. Aquilo me deixava com um aperto no peito e me deixava também a duvidar do meu controlador de sonhos. Eu queria de qualquer jeito resposta para aquilo tudo, e foi então que avistei de longe pássaros pousando na ferrovia entre os trilhos, eles pousaram, não em linha reta, mas em forma de ziguezague e foi quando percebi que nem toda trilha é percorrida do jeito que queremos, pisar nos dois trilhos de uma vez só não era possível, mas não quer dizer que eu não possa ter a ousadia. Resolvi seguir os pássaros e – aleatoriamente pulei linha por linha, no entanto, fiquei à penumbra, pois esqueci que os pássaros voam.  


Por: Danielle Karine e Manuela Araújo.

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